quinta-feira, 15 de novembro de 2007



O Ministério da Saúde patrocinou na última década diversas campanhas de orientação: contra as drogas, o consumo de álcool e de prevenção ao vírus da Aids. Essas propagandas de conscientização, em geral voltadas ao jovem, público mais sujeito a vícios e doenças, são vitais como instrumento de alerta à sociedade. Uma pesquisa recente preparada pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro sugere que talvez se deva adicionar um novo tema à lista de campanhas do governo: o tabagismo na adolescência. O levantamento, feito em um grupo de 800 fumantes em quatro capitais, mostra que os brasileiros começam a fumar cedo: aos 13 anos, em média. A pesquisa ganha contornos mais graves quando examinada em conjunto com outros trabalhos científicos. Quem começa a fumar na adolescência terá mais dificuldade de largar o cigarro no futuro do que aquele que o fez pela primeira vez depois de adulto. E mais: quando larga o cigarro, o fumante que usa o tabaco desde a juventude demora mais tempo para se recuperar dos efeitos da nicotina do que aquele que se viciou na fase adulta – ainda que o segundo tenha fumado durante mais tempo que o primeiro.

A maior parte dos não fumantes já ouviu de um avô ou tio comentário a respeito da idade que tinham ao fumar pela primeira vez. Eram em geral muito jovens. Os fumantes nem precisam recorrer aos parentes. Recordam-se da própria experiência, ocorrida quase sempre nessa fase da vida, por volta dos 13 ou 14 anos. O trabalho da Santa Casa do Rio é especial por ser o primeiro a levantar o ano da iniciação no mundo da fumaça no Brasil. De acordo com o critério adotado na pesquisa, fumar não significa dar uma tragada no cigarro do amigo. Fumar é consumir cigarros regularmente. Segundo os especialistas, depois de seis meses fumando todo dia, o adolescente está quimicamente dependente do cigarro. Os pesquisadores da Santa Casa esperam agora conscientizar entidades não governamentais e principalmente Brasília da necessidade de contra-atacar. "Sabendo quantos anos tem o novo fumante, o governo pode elaborar campanhas de prevenção apropriadas a essa faixa de idade", diz a coordenadora da pesquisa da Santa Casa do Rio, a psiquiatra Analice Gigliotti.

Para a ciência, o adolescente que fuma meio maço de cigarros por dia e o adulto que traga igual quantidade não formam o mesmo grupo de viciados. A Organização Mundial de Saúde, OMS, possui alguns estudos que apresentam com clareza o impacto do cigarro sobre jovens. De acordo com essas pesquisas, 99% dos adolescentes que dão as primeiras tragadas se tornam fumantes. O número fica ainda mais espantoso se comparado com dois outros vícios. Entre os jovens que fumam maconha, a metade acaba se viciando. Com álcool, a dependência é ainda menor: 12% dos que bebem na adolescência passam a ser alcoólatras.

Um dos trabalhos mais impressionantes comparando o vício entre jovens e adultos foi preparado sob encomenda da OMS. Ele mostra que um adolescente demora até sete anos para se livrar dos efeitos da nicotina. "Já uma pessoa que começa a fumar aos 30 anos consegue 'limpar' seu cérebro da nicotina em seis meses de abstinência", afirma o psiquiatra Jorge Alberto Costa e Silva, diretor do Centro Internacional de Política de Saúde da OMS. As razões dessa diferença estão sendo investigadas. Começar a fumar é fácil. Difícil é parar. De cada grupo de dez fumantes, seis tentaram parar, segundo a pesquisa da Santa Casa. A média de tentativas é de três a quatro na vida, mas os resultados são desencorajadores. As estatísticas mundiais afirmam que apenas 3% dos fumantes conseguem abandonar o cigarro de vez.

Curiosidade e ritual

O fumo na adolescência é uma preocupação mundial, não um problema brasileiro. A diferença é o tratamento que os diversos países dão ao assunto. Alguns deles patrocinam ações firmes de combate ao tabagismo entre os jovens. Nos Estados Unidos, o governo mantém uma campanha cujos termos lembram as propagandas antidroga. Intitulada "Aprenda a dizer não" e dirigida aos estudantes, conseguiu em apenas dois anos reduzir o índice de experimentação de cigarro de 64% para 55% entre jovens. É um número muito expressivo. No Canadá, onde 29% dos adolescentes são fumantes, o governo propôs uma mudança radical nos tradicionais avisos que são impressos nos maços. O governo canadense quer convencer as fábricas de cigarro a substituir os alertas pouco convincentes do tipo "Fumar faz mal à saúde" por fotografias horríveis com dizeres ainda mais horríveis. Dois modelos dos novos avisos podem ser vistos nesta página. Infelizmente o Brasil integra outro grupo de países: aqueles que não dão a devida atenção ao assunto. "Se aos 13 anos os brasileiros já fumam regularmente, é claro que não adianta somente escrever aquele alertazinho no maço de cigarros", afirma Analice Gigliotti, da Santa Casa. "É preciso fazer pesquisas mais aprofundadas sobre o tabagismo entre os jovens." O Ministério da Saúde informa que vai encomendar uma pesquisa ampla sobre cigarro para então decidir o que fazer. A pesquisa ainda está sem data.

O número de jovens que experimentam o cigarro vem crescendo a olhos vistos. De acordo com um trabalho realizado de 1993 a 1997 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, da Universidade Federal de São Paulo, o porcentual de adolescentes de 13 a 15 anos que já havia fumado algum cigarro na vida subiu de 24% para 32%. Um toxicologista da Universidade Estadual Paulista, Igor Vassilieff, distribuiu um questionário entre adolescentes para listar as razões que levam o jovem ao vício de fumar. As respostas encontradas nos questionários mostram que o cigarro está associado ao processo de formação da identidade desses jovens. "Alguns fumam por curiosidade, outros por acreditar que o tabaco não pode fazer tanto mal assim", diz Vassilieff. "Em qualquer um dos casos é um ritual de entrada na adolescência." Adolescentes fumantes dão as primeiras tragadas com amigos, passam a fumar à noite, durante festas, e em poucos meses estão comprando um maço na padaria ou no bar. No Brasil, uma em cada três pessoas com mais de 16 anos fuma mais de um cigarro por dia.

As conseqüências são dramáticas para o jovem em particular e para a saúde pública em geral. Estudo do Instituto Nacional do Câncer afirma que eram fumantes:

25% das vítimas fatais de doença coronariana e cerebrovascular;

85% dos mortos por doenças pulmonares, como a bronquite e o enfisema;

90% das pessoas que morreram por câncer no pulmão.

Em números, isso significa que o cigarro tem relação com cerca de 100.000 mortes por ano no Brasil. São onze mortes por hora, três vezes mais que os óbitos registrados no trânsito e mais que o dobro do número de assassinatos num ano. VEJA enviou dados da pesquisa da Santa Casa para que fossem comentados pelas companhias Souza Cruz e Philip Morris. As empresas não os desmentiram, mas as assessorias de imprensa informaram por fax que optariam pelo silêncio.


Fonte: veja.abril.com.br





O tabaco provoca câncer de boca, câncer de pulmão, infarto do coração ....

Estudos provaram que uma pessoa que fuma tem mais probabilidade de contrair diversos males. Alguns diretamente ligados ao tabaco. De cada dez casos de câncer de pulmão, por exemplo, nove têm como causa principal o fumo. O sistema de saúde fica sobrecarregado com tratamentos de doenças ligadas ao fumo. Essas doenças causam mortes precoces de pessoas em idade produtiva, reduzem a qualidade de vida de fumantes e de sua família e aumentam as faltas no trabalho.
Calcula-se que, no Brasil, 80mil pessoas morram precocemente a cada ano por causa do fumo. Quando uma pessoa traga a fumaça de um cigarro está inalando mais de 4700 substâncias tóxicas.
Os fumantes passivos, pessoas que convivem com os fumantes, também sofrem as conseqüências do cigarro. Ao respirar a fumaça do cigarro, a pessoa esta absorvendo substâncias tóxicas e cancerígenas. Sendo assim, o fumante passivo tem 30% a mais de chances de ter câncer, e a probabilidade de sofrer um infarto do miocárdio aumenta 24%, em relação a uma pessoa que não convive com fumantes.

Malefícios – os problemas mais freqüentes decorrentes da aspiração da fumaça do cigarro são: irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento de problemas alérgicos e cardíacos. Além disso temos os efeitos causados pela aspiração da fumaça, a médio e longo prazo, que são: a redução da capacidade funcional respiratória e o aumento do número de infecções respiratórias em crianças. O tabagismo pode causar ainda impotência sexual, complicações na gravidez, aneurismas arteriais, ulceras no aparelho digestivo, infecções respiratórias e trombose. Estudos desenvolvidos até o momento evidenciam que o consumo de derivados do tabaco provoca quase 50 doenças diferentes, dentre elas as doenças cardiovasculares, como o infarto e a angina, o câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas como o efisema e bronquite.

No mundo, morrem prematuramente 4 milhões de fumantes ao ano. No Brasil ,esse número corresponde a 200 mil óbitos.Temos 1,2 bilhão de fumantes passivos.

"A incidência de câncer de pulmão aumenta ano a ano no mundo. Grande parte dos casos está diretamente relacionado ao tabagismo. As primeiras manifestações do mal são a tosse e o sangramento da via respiratória. Algumas vezes, uma pneumonia de repetição também pode ser um sinal. Afirma a médica Tereza Yae Takagaki, doutora em pneumologia pela Universidade de São Paulo e especialista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP:

“Normalmente, quando o tumor apresenta sintomas, é por já estar em estágio avançado. A maior chance de cura é diagnóstico precoce, muitas vezes utilizando um simples raio-X do tórax”.

Na luta contra o câncer de pulmão são fundamentais pesquisas de novos medicamentos quimioterápicos, os fármacos via oral e outros ainda em fase de teste de eficácia e viabilidade.

Essas alternativas, aliás, estarão em debate durante palestra no 12º Congresso Paulista de Pneumologia e Tisiologia, organizado e promovido pela Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), de 15 a 18 de novembro de 2007."

fonte: www.pulmonar.org.br

terça-feira, 13 de novembro de 2007


Oque é o cancer

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.

Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.

Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma.

Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).

Oque causa o cancer ?

As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais.

De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos. O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais freqüente nesses indivíduos.Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células.

O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando.

Fatores de Risco de Natureza Ambiental
Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou podem ser herdados. A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco. Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins) o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida).

As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os 'hábitos' e o 'estilo de vida' adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes tipos de câncer.

Tabagismo
Hábitos Alimentares
Alcoolismo
Hábitos Sexuais
Medicamentos
Fatores Ocupacionais
Radiação solar

Hereditariedade
São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na oncogênese. Um exemplo são os indivíduos portadores de retinoblastoma que, em 10% dos casos, apresentam história familiar deste tumor.

Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum. Determinados grupos étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é rara em orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro em negros.


Como surge o Câncer?

As células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a parte mais externa da célula; o citoplasma, que constitui o corpo da célula; e o núcleo, que contem os cromossomas que por sua vez são compostos de genes. Os genes são arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no no organismo. Toda a informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa 'memória química' - o ácido desoxirribonucleico (DNA). É através do DNA que os cromossomas passam as informações para o funcionamento da célula.